quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Entrevista do Cristiano "Espuma" para a Revista CardPlayer

Veja na íntegra, a entrevista do nosso amigo Cristiano "Espuma", para a revista CardPlayer.

Valeu Cris, realmente você é um exemplo de vida para todos nós que somos seus amigos e que te conhecemos!!!

Cristiano “$harKK” Soares, mais conhecido como “Espuma” graças a sua cabeleira, é o entrevistado especial desta semana. Ele conseguiu a 4ª colocação no Evento #45 do WCOOP e mostrou que além de ser um grande jogador de poker, é também um exemplo de vida.

Nesta entrevista, “Espuma” fala da sua família, da sua amizade com Caio Pimenta e, claro, do Evento #45 da WCOOP.

Cristiano, primeiramente eu gostaria que você se apresentasse para a comunidade que acompanha CardPlayer Brasil.
Meu nome é Cristiano Soares, sou formado em Psicologia, mas nunca exerci. Tenho 35 anos, sou casado, tenho dois filhos (um menino e uma menina). Jogo poker há quatro anos e meio e minha especialidade são os torneios e SNGs turbos. Não me considero um profissional, mas a renda proveniente do poker serve como complemento da minha renda mensal.

E qual é a sua profissão atualmente?
Eu administro os bens família. Minha mãe já está em coma faz quatro anos, desde então eu cuido tudo.

E o apelido “Espuma”? Como surgiu?
Nossa! Isso é do tempo que eu jogava vôlei. É por causa do cabelo. E graças ao padrasto do Caio Pimenta, o Marcão, esse apelido se mantém até hoje. Ele me chama de “Espuma” desde aquela época. (risos).

É verdade que foi você quem apresentou o poker ao fenômeno Caio Pimenta?
Eu já conhecia o Caio tinha muito tempo, desde pequeno, já que meu melhor amigo é irmão do padrasto do Caio. E é até curioso, o Caio fala muito de mim nas entrevistas, mas eu acho que meu apoio foi mais moral. Na época, tinha pouco tempo que eu jogava, eu estava apenas começando. E o Caio, que tinha começado a jogar “Play Money”, ficou sabendo que eu jogava e me pediu algumas dicas. Eu era um pouco mais experiente, mas mesmo assim passei pouca coisa pra ele. Acho que minha contribuição principal na formação do Caio, como jogador, foi, mesmo, o apoio. A mãe dele não gostava que ele jogasse, então eu ficava tentando trazer ele pra cá e falando com ela que não tinha problema, que deixasse ele jogar com certa periodicidade lá em casa. Desde o início já dava pra ver que o cara era um iluminado. Ele fala que eu o ensinei a jogar poker, mas não é assim não. Se bobear, eu aprendi muito mais com ele.

Recentemente, você conseguiu um grande resultado na principal série de torneios online do mundo, o WCOOP. Conte-nos um pouco sobre seu 4º lugar no Evento #45 (NLHE Turbo Knockout de $265).
Então, como eu não tenho me dedicado muito ultimamente, minha conta no PS não estava lá essas coisas. Eu tinha uns cinco mil VPPs, e estava bem a fim de jogar um torneio maior. Sendo a minha especialidade os SNGs turbos, eu vi o Evento #45 e resolvi que queria jogar. E olha que engraçado: eu gastei todos os meus VPPs tentando uma vaga para o torneio e depois gastei, também em satélites, mais que o buy-in, e, ainda assim, não peguei a vaga. Aí pensei comigo: “É Cristiano, agora é caçar cama e ir dormir”. Devia ser umas nove e meia da noite, e o torneio já tinha começado, às nove. Pensei: “Quer saber? Vou entrar...” . Ainda bem que entrei (risos).

Qual estratégia você usou?
Cara, eu joguei extremamente tight. Eu lhe digo que devo ter feito apenas dois moves durante todo o torneio, mas foram bem conscientes.

Este foi o maior prêmio que você já conquistou?
Foi sim, não é todo dia que a gente ganhar US$34 mil (risos).

Nestes quatro anos e meio que você joga poker, quando você viveu sua melhor fase?
No ano passado, até outubro, eu estava numa fase muito boa. Eu jogava principalmente os torneios turbos e os SNGs turbos, de 45 e 180 pessoas. E foi nessa época que, realmente, meus ganhos no poker fizeram diferença na minha renda. Até então eu era lucrativo, mas não era nada para se espantar.


E quanto aos torneios ao vivo? Já tive a oportunidade de jogar com você várias vezes em etapas do Campeonato Mineiro. Você tem alguma programação para esses tipos de torneios? Tem ambições futuras relacionadas ao live?
No ano passado, eu jogava bastante o mineiro, até cheguei a estar entre os primeiros do ranking. Mas não tenho nenhum planejamento especial. Este ano, por exemplo, eu só joguei o BSOP do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul. E mesmo assim porque eu consegui ganhar as vagas em satélites do Full Tilt e por ter lugar para ficar em ambos os locais.
Para este ano, eu planejo continuar jogando sits e quem sabe pegar o status de Supernova, no PokerStars. Mas com a falta de tempo está meio difícil (risos). E tem uma coisa que tenho muita vontade: jogar esses grandes torneios ao vivo. Ano que vem quero estar presente em todas as etapas do BSOP e também em alguns LAPTs (já estive em dois) e, claro, na WSOP.

Ao longo desses anos, o que você pode dizer que levou das mesas para vida?
O poker ajuda no crescimento pessoal, de várias maneiras. Você fica mais perceptivo para os detalhes na vida, e, para mim, a disciplina que eu desenvolvi no poker (gerenciamento de bankroll, etc.), eu levo comigo ainda hoje. Se você não conseguir gerir seus ganhos no poker, dificilmente conseguirá na vida.

Como você faz para conciliar poker e vida pessoal?
É difícil, cara. Eu tenho filhos, esposa, minha mãe está doente, também cuido do meu irmão... Mas se você tiver disciplina dá pra conciliar, o difícil é horário. A pessoa tem que saber encaixar o poker no seu tempo livre. Não adianta você só poder jogar 2 horas por dia e querer encarar fields gigantes de MTTs. E esse é um dos motivos que eu não jogo torneios longos, prefiro as modalidades turbos.

Em algum momento no passado, sua vida pessoal influenciou seus resultados? Você já pensou em parar de jogar?
Logo que eu tinha começado a jogar (fazia uns três meses), eu estava indo bem no poker, tinha casado, estava tudo indo bem. Foi então que aconteceu a doença da minha mãe. Foi um período muito difícil. Antes eu não tinha preocupação com nada e tinha uma vida bem tranquila. Nesta época, eu meio que “tiltei” na vida. Graças a Deus consegui passar por isso. Posso dizer que foi na minha família que encontrei forças para superar esse período difícil, amadurecer e me tornar quem eu sou hoje.

Fique à vontade para mandar seu recado.
Bom, eu queria deixar um abraço para minha família e meus companheiros de poker. E não poderia deixar de citar o Caio Pimenta. Poxa, o cara me cita em todas as entrevistas, se eu não falasse dele aqui ia pegar mal (risos). ♠


3 comentários: